sábado, 30 de junho de 2012

Amor E Sexo




Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema..
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...
Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor!
Hum! O sexo!

domingo, 17 de junho de 2012

Saudade

Porque as vezes eu sinto saudade de um tempo que nao volta, de pessoas que nao voltam, de cheiros e emoções tão puras e verdadeiras que se foram. Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. Clarice Lispector

terça-feira, 12 de junho de 2012

É facil amar

;"É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uma vida vale 2 mil por mês?

Palmas para a Justiça em São Paulo, pela agilidade e pelo rigor. Será? A nutricionista Gabriella Guerrero, de 28 anos, que perdeu o controle de um Land Rover blindado e matou o administrador Vitor Gurman, de 24, na Vila Madalena, bairro paulistano com bares lotados à noite, terá de pagar R$ 2 mil mensais de indenização à avó do rapaz. Ida Gurman, de 76 anos, era dependente do neto, que arcava com seu aluguel de R$ 1.600. Será que dona Ida ficou feliz? Além de não trazer o neto de volta, a p ífia indenização não está garantida. “Cabe recurso”, na linguagem dos labirintos da Justiça. Gabriella pode se recusar a pagar e o processo pode rolar, rolar, rolar. Até prescrever. É a rotina. Esse crime de trânsito aconteceu numa madrugada em julho do ano passado. Gabriella voltava de uma casa noturna com o namorado, Roberto Lima, dono do Land Rover blindado. Com o namorado sem condições etílicas de dirigir, ela assumiu o volante. Numa rua estreita, que só permitia 30 quilômetros por hora, Gabriella disse que perdeu o controle e capotou na calçada. Ela se negou a fazer o teste do bafômetro. Vitor morreu dias depois. Gabriella foi indiciada por homicídio doloso. Para a Justiça, ela estava consciente do risco de matar. “A Justiça brasileira continua mais preocupada em defender os direitos do ofensor que os dos ofendidos. As indenizações são miseráveis”, afirmou o advogado Elias Mattar Assad. Desde 2009, ele tenta dar um desfecho digno a um homicídio bárbaro e duplo, cometido numa avenida de Curitiba pelo ex-deputado Carli Filho. A família tem influência política e é uma das grandes fortunas do Paraná. Com 130 pontos na carteira e 23 multas por excesso de velocidade, Carli Filho tinha 26 anos e voltava de uma casa noturna, de madrugada, quando seu carro blindado, a cerca de 190 quilômetros por hora, cortou outro carro ao meio. Havia duas vidas ali, Gilmar Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20. Testemunhas confirmaram que o deputado estava bêbado. Carli Filho deverá ir neste ano a júri popular, mas até hoje não entregou sua carteira ao Detran. “O ex-deputado continua nas praias de milionários”, me disse por telefone Cris Yared, a mãe de Gilmar. “Passa o verão no Jurerê Internacional, resort sofisticado em Florianópolis. No dia de um de seus julgamentos, ele estava no show da Beyoncé. É um deboche. Ele cortou a cabeça de meu filho, que foi encontrada a 40 metros, como num filme de terror.” Pastora evangélica e empresária, Cris recebeu o caixão lacrado do filho três dias antes do Dia das Mães. Nunca viu o que restou dele. Gilmar cursava duas faculdades, de psicologia e jornalismo, e ia estudar na Austrália. Cris relutou em pedir indenização. Mas se convenceu de que, “infelizmente, só dói para essas pessoas quando dói no bolso”. O pedido de indenização não será de R$ 2 mil mensais: “Esse valor até ofende”. A culpa é da lentidão na Justiça, da omissão do Executivo e da incompetência no Congresso Nenhuma indenização a viúva de Rudolf Lessak tem esperança de receber no Rio de Janeiro. Rosany perdeu o marido quando caminhava com ele numa manhã de domingo em outubro do ano passado. Rudolf foi morto por Juliana Ferreira Villela Lustosa, de 26 anos. Juliana subiu a calçada com sua picape Nissan Frontier 4x4 de R$ 80 mil e capotou. Ela não tinha habilitação. Rudolf morreu na hora. Juliana correu em casa, na mesma rua, para trocar a sainha da noite e o salto alto por um shortinho com chinelo e voltar à cena do crime, onde não fez teste de bafômetro. Muito menos exame de sangue. No condomínio da atropeladora, o porteiro, seu Jânio, afirmou que “a família toda foi embora depois do desastre”. A mãe de Juliana também disse, por telefone, que eles mudaram de endereço. Como se isso bastasse para fugir da realidade. Nada mudou na vida de Juliana. Mesmo depois de matar sem habilitação, ela continua dirigindo. “A única informação que recebo do Ministério Público é que Juliana vai ser indiciada por homicídio culposo, sem intenção de matar”, me contou Rosany, a viúva, ainda sem advogado, à espera da defensoria pública. “O advogado da Juliana disse que ela está sob tratamento psicológico. Mas a Juliana continua nas baladas. Todo mundo vê, todo mundo sabe. Agora, o que me admira é isto: como uma pessoa mata a outra e a preocupação maior na hora é trocar de roupa para descaracterizar o figurino da noitada?” Gabriella, Carli Filho, Juliana. Todos com carros potentes, blindados. Todos com menos de 30 anos e já com mortes nas costas. Os maiores culpados dessa guerra no trânsito são a lentidão da Justiça, a incompetência do Congresso e a omissão do Executivo. Sem educação nem punição, não há solução. Ou a vida de um inocente não vale nada e fica tudo bem por R$ 2 mil ao mês? Creditos: Colunista revista epoca